No passado fim-de-semana ouvi uma reportagem sobre os enunciados das campanhas eleitorais no que concerne à Educação. Todos os partidos abordavam de um modo mais ou menos claros a intenção de alargar a escolaridade para 12 anos. Sinceramente, ainda não tenho uma opinião formada em relação a este assunto. Não porque não me tenha debruçado sobre ele, mas porque as minhas preocupações ainda estão ao nível do como será feito este alargamento. Será repentino? Ou um objectivo a cumprir nos próximos 10/15 anos? Este ponto perturba-me mais que os outros. Depois de vermos as reformas a andarem ao sabor das cores políticas, temo que este assunto seja mais uma bandeira de campanha que, após as eleições, se tenha de cumprir para o povo ver como eles cumprem o que prometem!
Para o bem da Educação e do futuro do nosso país espero que não…espero que por uma vez se sentem para pensar e façam as coisas com calma e objectividade. Está na hora de traçar metas concretas…
Ps: prometo tentar escrever mais posts. Mais colaboradores surgirão daqui a umas semanas e isto vai ficar mais activo!
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Carla, muito tens feito, em escrever todos estes posts interessantes. Toda a gente sabe que tens muito que fazer!
Este assunto é grave. Parece-me que se o alargamento for feito, sem um alargamento de opções (cursos de carácter técnico-profissional), vai ser o descalabro desta nossa educação, que já anda tão mal-tratada. Como sabem bem aqueles que trabalharam na Mediação Escolar, há muitos miúdos a quem é utópico pedir que façam este 6º ano, quanto mais este 9º ou agora 12º... Claro que não podemos legislar "por baixo", mas é preciso acautelar estes miúdos, criar vias de ensino diferenciadas que respondam mais de perto aos seus interesses e até mesmo às necessidades do mercado de trabalho.
Hmm, eu acho que é utópico estar a falar em 12º ano obrigatório, ensino técnico-profissional, etc. O que nós precisamos é de uma verdadeira selecção. Actualmente, o problema da educação tem que ver com o facto de que qualquer estúpido faz o ensino secundário e/ou ingressa no Ensino Superior. Mais putos nas fábricas de calçado é que farão este País ir a algum lado. Mas é bonito pensar que o ensino é para todos, qual Carta dos Direitos da Criança.
Eu acho que o ensino secundário deveria ser obrigatória mas acho que os alunos não deveriam ir à escola. Só assim se poderia promover um verdadeiro espírito de contradição, essencial para a promoção da autonomia da criança bem como do seu desenvolvimento cognitivo. Numa altura em que tanto se fala de "direito ao contraditório" seria muito bom estabelecer o ensino secundário obrigatório e as crianças deixarem de ir à escola. Defendo, contudo, que deve haver uma aprendizagem escolar mínima mas acho que as crianças deverão ter acesso a "outras aprendizagens" extracurriculares que lhes forneçam outro tipo de competências ajustadas às suas necessidades. Sou a favor de algum trabalho infantil mas sou sobretudo a favor do espírito de contradição.
Valdemar
Eu sei o que tu queres dizer Valdemar. Tu no fundo queres ensinar os cidadãos a pensar, ao permitir que eles deixem de ir à escola. Isso está tudo muito bem, mas será que é verdadeiramente desejável que o povo comece a pensar? Não te esuqeças que quanto mais estúpida é uma pessoa, mais próxima da base da pirâmide social ela se encontra. Daqui se depreende também que a maioria das pessoas é estúpida. Contudo, é a única que é verdadeiramente estável e essencial à sobervivência da sociedade. Todos os outros estratos vão mudando com o correr dos tempos, numa sucessão quase vertiginosa (à escala histórica) de oligarquias. Agora vê lá isto: será que alguém que pense, alguém com um espírito de contraditório, aceitará estar 40 horas por semana numa linha de montagem? O que importa é a escola da vida, não é cá com ensinos técnicos e coisas do género.
Enviar um comentário